quarta-feira, 2 de maio de 2012

Beck (ou a representação da música popular americana)


Para quebrar rótulos de que Beck é intragável, postarei aqui um texto sobre este incrível músico, vocalista, multistrumentista que meu professor Matias Cobbert escreveu e me enviou, e eu acabei gostando tanto que vou compartilhar com vocês.



Quando penso em Beck ou o escuto, me vem à cabeça a frase de Cage: “compose not to express but to change myself.” Escuta-lo é estar aberto a novas visões, novos sons, é estar aberto à confusão sensorial. Falar sobre Beck é mais um exercício de pegar o verbo certo do que ter que escolher um adjetivo. Beck é mais sobre o que passa pelo corpo do artista que está a cantar e o que isso provoca em nós que escutamos, do que qualquer outra coisa. Escuta-lo é entrar no processo de erotização da escuta – de que fala Barthes – onde o clímax da escuta se manifesta com a perda do ‘sujeito’ do ouvinte. Escutar Beck é uma perda de costumes e estruturas, de preconceitos e classificações e, também, a aceitação do proibido, a abdicação de escutar algo previsível, é o entrar em um terreno ainda pouco explorado, que é o da música estranha. E o que seria música estranha em um tempo de loucuras? Aqui estou. É uma tarde agradável. Calçadas se esticam um pouco para dentro de ruas. Pedestres formam bojos nas silhuetas imutáveis das sombras dos prédios no asfalto. E eu vejo jovens para cada canto que olho, nunca tivemos tantos jovens como agora. Como trovões, suas vozes ao redor irrompem no mais ensurdecedor barulho e se calam em estado de potencialidade. Olhares intencionalmente violentos, punhos meio mísseis explodem contra esdrúxulas mesas de bares. Corações abertos ao novo mundo que giganteia vorazmente lá fora. Há uma bruta massa pluricelular, de corpos magistralmente desajeitados e rostos sedutoramente perdidos, vibrando objetos de múltiplas funções por aí e nos mirando com aqueles olhos enlouquecidos e ainda totalmente abertos. O mundo é jovem. Um composto de massas diferentes, vibrando, devidamente energizadas e em estado bruto e cru de angústia e agressividade, ora contida, ora manifesta. A falta de limites, a torrente de possibilidades, a culpa de estar vivendo nesse mundo já envelhecido e jovial, constantemente ultrapassado, deixou esses jovens com os batimentos cardíacos mais acelerados.

Isso os faz querer músicas efusivas, músicas devastadoras, basta ver os vídeo-clipes que fazem sucesso e como os artistas se comportam em tais vídeo-clipes, há de ter destruição, erotização latente e um quê de niilismo displicente. Manter, por mais de alguns minutos, a concentração desses ditirambos caminhantes não é tarefa fácil. Por isso vemos espalhadas pela telas do mundo versões ready-made de ícones teen da Disney, commodities transfiguradas em marionetes para empresários-produtores, constantemente substituídas para melhor se ajustarem a padrões que ainda hão de emergir. Vídeo-clipes transformaram-se em verdadeiras obras de arte do mundo da publicidade e propaganda, por isso a linguagem do vídeo-clipe é tão disseminada entre os jovens, com seus cortes rápidos e imagens fragmentadas e desconexas; assim como a idéia geral das coisas que flutuam por aí saindo das bocas dos jovens – uma parte incompleta de algo. Os ídolos são fabricados em uma linha de produção ininterrupta que faz inundar sobre as mentes dos jovens, a cada novo dia, novas possibilidades de adulação barata e descompromissada. Bandas aparecem com o raiar do sol, de tarde estão a receber um grammy e de noite estão envoltos na escuridão mórbida do ostracismo. E para manterem-se dentro do panteão do momento fazem qualquer coisa, casamento relâmpago, morte prematura, reality show acompanhando seus passos, ou um filminho pornô na rede. Afinal de contas, graças a instrumentos como o twitter - ‘defecar um twit, ou o contrário?’, hoje em dia o lema é: comente, procure, baixe, compartilhe. Mas para ser comentado é preciso estar ali sempre que possível.

Pense em fast-food, qual a rede de fast-food que vem a mente? Sua escolha se deu pelo fato desta rede ter os sanduíches mais saborosos ou pelo fato de você estar exposto a sórdida manipulação psico-cultural de propaganda desta rede? Você pode até não gostar desse tipo de comida, mas você vai pensar em alguma rede de fast-food, certo? Nós criamos uma espécie de identificação, de aceitação com aquilo que nos é martelado todos os dias, aquilo deixa de ser estranho e torna-se comum, tão comum que julgamos fazer parte de nossas vidas e acabamos por consumir aquilo, como num rito de iniciação social. E existe aqui um paralelo interessante com a música deste começo de século. Se substituirmos fast-food por música, ficamos com o seguinte: pense nas músicas que estão tocando nas rádios e sendo transmitidas pelas redes de televisão, são músicas que nos revelam algo daquele artista que está ali a vibrar suas cordas vocais, musicando letras ou ordenando acordes em harmonias e melodias, ou são músicas que revelam produtores e marketeiros altamente gabaritados fabricando mais um ícone, mitificando mais um pobre imbecil? Por mais que eu queria responder tal pergunta com a primeira resposta, quanto mais eu escuto as bandas atuais que vendem uma enxurrada de discos, mais sou compelido a responder com a segunda opção. Basta pensar em algum artista que esteja ou esteve há pouco tempo no topo das paradas, agora tente desvencilhar a imagem desse(a) artista, da música que ele/ela toca. Essa é a práxis de nossa cultura midiática, nossa cultura de culto à imagem, à exposição. E essa realidade é latente no mundo da música desse começo de século.

O mundo da moda (da imagem e de tudo que vêm atrelado à ela) e mundo da música andam de mãos dadas hoje em dia mais do que nunca. Se acaso tirarmos os rebolados insinuantes e as roupas alegóricas dos vídeo-clipes mais vistos por aí, ainda saberíamos de qual artista é esse vídeo-clipe? É a exposição total e ininterrupta. A twitização do mundo. Ganha mais quem for mais martelando para dentro de nossas caveiras. ‘Exposição’ é uma palavra chave nos dias de hoje, e quando ela vem precedida por ‘tempo de’, ela ganha uma aura mística para produtores-investidores. Quanto mais tempo de exposição, mais valioso(a) vira o/a artista e sua arte e sua roupa. Esse casamento entre arte e imagem, entre as indústrias de vestuário e as gravadoras é celebrado até hoje em mansões em Beverly Hills, regadas com champanhe e conversas sobre brinquedos tipo um G6. A indústria da moda é perita em criar identidades permeáveis e breves, em estratificar a sociedade em diferentes vestimentas, criando assim as ditas diferentes identidades-tribos: pagodeiros, tecneiros, rappers, metaleiros, etc. A indústria da música, por sua vez, é perita em transformar ritmos em commodities e artistas em produtos: hip-hop virou mainstream e sinônimo de milhões (“it’s all about the Benjamins”) e Justin Bieber deve valer tanto quanto, ou mais que Ike Batista. E o resultado desse casório trilionário é que para fazer sucesso atualmente, para emplacar um ‘hit’ é preciso usar roupas exclusivas, ter uma imagem vendável e estar disposto a transformar idéias em produtos, e tornar-se um ‘símbolo sem essência’, caso contrário, nada de Benjamins pra você, cara-pálida. Lady Gaga pode parecer chocante e bizarra para o observador inocente e desavisado, mas ela é um lógico e previsível resultado da fusão do mundo da moda com o mundo da música, e pequena ajuda das ciências comportamentais. E eu pergunto: estaria sua música seriamente prejudicada caso nós quiséssemos desvencilhar-la de sua imagem?

Não que a união entre música e imagem seja algo nocivo para a música, pelo contrário, acho que essa união só a fortalece, mas quando essa união se torna necessária para que haja a música, acho que fomos um pouco longe demais, e é difícil pensar em cantores e cantoras que fazem sucesso hoje em dia sem que venha à a mente alguma imagem deles(as) em algum flamejante vestido, ou em algum tapete vermelho ou dentro de algum excêntrico carro. Esses são os anos de loucura que estamos vivendo. Cada vez mais os jovens estão comprando cds do artista cuja imagem eles se identificam com. O dj e jornalista Camilo Rocha fez ótima comparação entre música eletrônica e imagem, ele observou que música eletrônica e seus festivais são agora um meio “onde aparência e exclusividade viraram valores fundamentais.” Tal comparação, atualmente, pode ser facilmente ampliada para a ‘música de massa’, ou ‘música que vende’, que não cairíamos em deturpação alguma, basta ligar a televisão em alguma mtv da vida ou inteirar-se sobre os modos de divulgação e/ou promoção dos artistas mais vendidos(as)/escutados(as) de hoje. Hoje em dia, se você é um músico, ouvir alguém falar para você que você ‘é vendido’ já não é mais aquela coisa horrível de se escutar como antigamente, pode até ser bom! Esses são os tempos de loucuras que estamos vivendo, os anos de insanidade coletiva. E é exatamente contra essa maré que Beck rema.

Beck é o oposto disso, e é exatamente por isso que é um cara estranho. É extremamente difícil, pra não dizer impossível, associar Beck a uma imagem, basta dar um google images no cara para você ter uma idéia, a única constância são aqueles olhos afetados e distantes e um algo qualquer que nos diz que ali está um ser ainda não codificado. Dos quatro discos que ele lançou durante a primeira década deste século (tempos de loucura), apenas um – o primeiro, de 2002 – traz uma foto sua, que também pouco revela. Um disco, Sea Change, que ia para o caminho contrário da onda do momento, a dizer pela sonoridade dos três artistas mais vendidos do ano – Eminem, Nelly e Avril Lavigne. Se o som desses três explorava ao máximo a questão da música alterada ou ‘compressed’, aquela capaz de causar sérios danos à audição com o subwoofer certo, o som de Sea Change ia na direção oposta. É um disco cuja turnê poderia ser feita com uma aparelhagem dos anos 60 que ainda assim sairia fiel ao disco. Sua sonoridade é intimista e revela um convite para navegar pelo mar da mudança, “were just holding on to nothing to see how long nothing lasts”. O disco nada nos diz de concreto sobre Beck senão que ele passa por mudanças. Nada é explícito, muito é sugerido, como de costume com Beck.
A mesma dissonância se repete no segundo disco lançado nesses tempos de loucuras. Guero, de 2005, também tem seu lado rebelde diante do posicionamento da indústria musical do ano, que elegeu seus porta-vozes: Mariah Carey, 50 Cent e Kelly Clarkson, respectivamente os mais vendidos de 2005. O que vemos como atitude predominante nos discos “The Emancipation of Mimi,” (Carey) “The Massacre,” (Cent) e “Breakaway” (Clarkson) é uma espécie de culto ao individualismo, com letras que falam sobre prazer, compras e alto-astral de forma tão inocente, distorcida e com tantos clichês que exultam a nossa subjetivação através da identificação com o que eles fazem; nos sentimos emancipados e dispostos a gastar com Mimi, nos sentimos poderosos e o centro das atenções com Cent e tão rasos quanto a débil fisionomia de Clarkson. Eis que surge então Guero, com sua indecifração e completa falta de subjetivação. Um disco que conta com a produção dos Dust Brothers, que Beck não usava desde Odelay (aquele da capa com o enorme Komondor pulando um obstáculo). Com batidas quebradas e samples beirando o dadá, o álbum é um amálgama do que soa como a infância de Beck, (é dito que ‘guero’ era como chamavam Beck durante um período de sua infância que passou em um bairro tomado por Mexicanos, algo como ‘branquelo’) em conjunto com o que foi produzido de pior na história de filmes B e jogos de video-game. Estranho? Definitivamente, mas isso é Beck, um cara cuja alma é “apenas a silhueta das cinzas de um cigarro, e que enterra lágrimas nos capítulos que fechou.”
O terceiro disco lançado durante esses tempos de loucura foi The Information, em 2006. Talvez mais um ano Disney pra quem o vivenciou. High School Musical expandiu um pouco mais o fétido e asqueroso rabo peludo do rato mais famoso do mundo, e isso pôde ser visto com aqueles rostos abestalhados que tomaram conta da televisão. Crianças sorrindo para as câmeras, pensando que poderiam ser elas a próxima Britney ou o próximo Justin, mais um estupro socialmente consentido que terminou com o som horripilante da risada babaca e sinistra do tal rato. Rascal Flats e Carrie Underwood – campeãs de venda no ano, atrás apenas para os nulos do High School – são o retrato falado disso, com tudo devidamente programado, até a acentuação sensual das últimas sílabas da frase, são artistas que vieram ao mundo em um envelope dourado com um grande e chamativo adesivo colado nele, escrito “sucesso aí vou eu!” Enquanto High School Musical, Rascal Flats e Carrie Underwood optam pela rima fácil, a letra sobre conflitos amorosos e a reconciliação, bem como melodias doces e em nada surpreendentes, Beck vai pelo caminho árduo, o de chamar um produtor que queria fazer um disco de hip-hop para fazer um disco de rock alternativo. Parece um flashback dos confins dos anos 60, quando George Martin deve ter escutado algo do tipo, “Mister Martin, they want you to produce this rock’n’roll band called Beetles.” Um produtor de música clássica para produzir um disco de rock? Que falar então de um produtor ‘espacial’, Godrich-Radiohead, que queria fazer um disco de hip hop e foi evocado para fazer um disco de rock alternativo? O resultado é um disco com músicas que parecem mesclar o tribal com o futurismo, (“Cellphone’s Dead” que tece sample de Herbie Hancock com batidas quasi-hip hop), a distorção com sons límpidos, (“Soldier Jane” que mais parece uma viagem às Arabias dentro de um avião do exército Americano), ou Beatles com groove (como em “Dark Sun” que carrega uma energia psicodélica com suas cordas que remetem a “I Am The Walrus” e um baixo que mais parece um Sly Stone em velocidade reduzida). Como se não bastasse tamanha estranheza, Beck ainda produziu vídeos caseiros para cada faixa do álbum com sua família e amigos e amigas, usando câmeras usadas que comprara no E-Bay. Vai saber!?

O que dizer então do quarto e último disco, até então, lançado oficialmente por Beck, Modern Guilt? Seu ano de lançamento foi 2008, quando as paradas foram dominadas por um certo perfeccionismo da parte dos cantores em relação às suas músicas, como é o caso de Alicia Keys e Josh Groban. Groban, com seu ar de intelectual descontraído e sua voz de cantor de ópera, e Keys, com seu alongamento de sílabas em “ohhhs!” forçadamente erótico, abriam caminho para aqueles que ainda acreditavam que a beleza da música está na perfeição da dicção do cantor ou da cantora, e na maestria com que tal cantor ou cantora executa sua música; a palavra ‘respiração’ é chave aqui. Geralmente as músicas serão explícitas em todos os sentidos, é tudo dito, nada é sugerido. Característica esta fortemente presente no número 3, Lil Wayne, cuja habilidade poética é comparável à sua imagem, uma cópia mal feita de Bob Marley com Run DMC. E onde entra Beck? Bombando com um disco meio punk cru, do lado de Beck, com retoques toscos que lembram os anos 60, vindos do cara mais ocupado do ano e produtor do disco, mistah Danger Mouse. O disco em nada se assemelha com a perfeição de Keys e Groban, nem com o convencionalismo barato e dourado de tantos flashes que o nome Lil Wayne traz em sua essência. Mais uma vez Beck surge com um disco fora de seu tempo. A impressão que dá é que o disco é uma remixagem industrial de um disco dub de uma banda punk dos anos 80, feita por algum produtor que tomou ácidos demais durante os 60. Estranho? isso é Beck. Tudo que a música de 2008 teve de perfeccionismo, Beck teve de tosco e quase indecifrável, “and you wait at the light and watch for a sign that you’re breathing.” Tudo que a música de 2008 teve de inutilmente previsível, Beck teve de surpreendentemente bruto, “don’t know what I’ve done, but I feel afraid.”


Terminou então a primeira década deste século que se inicia, desses tempos de loucuras e extravagâncias. Eis que aparece Beck, quase como um hiato brotando do centro da década, uma espécie de reflexão sobre o que se passou pelo mundo da música, bem como pelo mundo de forma geral durante a década que findou. Beck decide regravar o disco de despedida de Alexander Spence, “Oar”. O disco faz parte de um projeto de Beck chamado Record Club, onde Beck reúne os mais variados artistas, inclusive Sérgio Dias e Devendra Banhart, para regravar discos de bandas como INXS e Velvet Underground em apenas um dia. Para Oar, Beck contou com gente como Feist, Wilco e Jamie Lidell. O resultado é um dos melhores tributos que já ouvi. Beck manteve aquela equalização meio ‘isso é o melhor que podemos fazer em 1969’ que o disco original tem, mas aproveitou as maravilhas tecnológicas de que nós dispomos para diferenciar o som de cada instrumento da forma como bem quis. Resultado: um disco que soa antigo e, ao mesmo tempo, totalmente sintonizado com a aproximação com o cru e tosco que muita gente bacana está querendo hoje em dia, Black Keys, MGMT, Arctic Monkeys, etc. E o que dizer de Skip Spence, o legendário baterista e guitarrista que tocou com o Quicksilver Messenger Service, Jefferson Airplane e Moby Grape? Bem, pergunte a Don Stevenson e Jerry Miller, sim, os mesmos que tiveram a porta de seu quarto de hotel estraçalhada a golpes de machado por um ensandecido Spence em 1969. Aposto como eles lhe diriam que ‘Spence era um cara legal, quando não estava sob a influência, é claro.’ Oar foi composto em um hospital psiquiátrico, por um homem visivelmente desequilibrado e que se via diante de sua morte 30 anos antes de ela acontecer. Um dos talentos mais brilhantes da década, que brilhou intensamente por pouco tempo e abruptamente se extinguiu, assim como tantos outros. Mais um que se perdeu em decorrência da falsa promessa de iluminação e de que ‘havia alguém cuidando de tudo no final da linha’, que os gurus dos anos 60 pregavam com sua retórica inocente e maniqueísta, enquanto tomavam feito água uma das substâncias mais misteriosas que o homem já produziu, lsd. O álbum soa, mesmo hoje, como uma elegia do mundo, “out in the streets, the sick that you meet, how many friends do you call your own?” Ao escuta-lo me vem à cabeça uma fotografia borrada, porém acusadora de nossas ações diárias, “weighted down by possessions.” Esse é o recado de Beck para nós? O futuro da música está na busca incessante pelo passado para trazer algo contemporâneo, na relutância em se tornar um narciso qualquer e na habilidade de insinuar e sugerir ao invés de falar? Estamos nós vivendo agora tempos de loucuras, onde a melhor postura a ser tomada é a de ser estranho diante disso tudo? “Between my lips are words that surface through you, I’m just trying to get a message through you, to you, for you, I will.” Oiticica disse: “os fios soltos do experimental são energias que brotam para um número aberto de possibilidades,” Beck parece ter entendido isto perfeitamente, enquanto mergulha sem pudores contra a maré da industria musical, sempre experimentando algo novo, sugerindo caminhos não convencionais e gravando músicas que nos mostram que o grande músico não compõe para se expressar, mas sim para mudar a si mesmo e a quem o escuta!

4 comentários:

demais esse texto! posso reproduzi-lo no meu blog?
amo Beck e toda a sua essência!
Adorei ler isso aqui!

citei o Beck um dia desses em um texto no meu blog. Leiam depois http://discograma.wordpress.com/2012/03/22/genios-contemporaneos/
BTW, ótimo texto.

adoro o beck e nunca tinha lido nenhum texto que focasse nos contrastes entre a sua música e os 'hits' da indústria musical. acho que o texto tem alguns exageros (não que seja impossível discordar deles), mas tendo a concordar que é muito difícil gostar de alguma coisa que vai na contramão do óbvio.

beck, na minha opinião, mistura o sério e o descompromissado. sério porque se trata de um som de qualidade, feito por alguém que tem um profundo conhecimento musical e que preza a qualidade do seu som, mas descompromissado justamente por ter essa liberdade de poder experimentar outros estilos e não ficar engessado num modelo pré-pronto de hits, de não ser seduzido pela promessa de sucesso em troca de sua originalidade. beck sabe que agrada nichos e não a massa, e suspeito que ele não se incomoda nem um pouco com isso.

Gostei mto do site e te sigo no twitter. Só não entendi ainda pq a imagem com a cabeça de cachorro...rs

Mari

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